Começam hoje os SEMINÁRIOS SEBRAE Sertão Criativo, no sertão de Pernambuco. A iniciativa do SEBRAE com apoio do SESC -PE deseja contribuir para solucionar os gargalos do mercado cultural e fomentar a visão empreendedora nos agentes culturais da região. Informe-se sobre data do SEMINÁRIO NA SUA CIDADE e participe. É grátis.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
CRIANÇAS SEM TERRA marcham em defesa da educação no campo em PE
A ação fez parte do 12º Encontro Estadual dos Sem Terrinha que aconteceu na última semana no Assentamento Normandia.
Pela manhã desta segunda-feira (12), cerca de 700 Sem Terrinha marcharam pelas ruas de Caruaru, no Agreste Pernambucano em defesa da educação no campo e da Reforma Agrária.
A ação fez parte do 12º Encontro Estadual dos Sem Terrinha que aconteceu entre os dias 8 a 10 no Assentamento Normandia.
De acordo com Rubneuza Leandro, representante do setor de educação do MST , o encontro propôs a formação das crianças Sem Terra, que são centradas nas dimensões políticas, pedagógicas e lúdico cultural.
"Nossas crianças precisam saber que a nossa luta é pela terra, que não pode estar desligado da ludicidade e cultura, e nem do pedagógico. Este encontro centra-se na luta contra o fechamento das escolas, e a construção de escolas do campo”, afirma.
O lema do encontro “Sem terrinha: por escola, terra e dignidade”, é resultado da luta do Movimento contra o fechamento das mais de três mil escolas do campo que nega ao povo campesino o acesso à educação escolar.
Os sem terrinha afirmaram sua luta pela cultura, saúde, formação, agroecologia, e pelas relações de companheirismo, coletividade e solidariedade que fazem parte do dia a dia na transformação do mundo pelo socialismo.
sábado, 10 de outubro de 2015
Lia Bianchini: Uma mulher é estuprada a cada dez minutos no Brasil
Por Lia Bianchini
No blog O Cafezinho
Os passos tornavam-se mais apressados na medida em que ela percebia que não estava sozinha na rua, até então, vazia. O barulho dos pés que vinham atrás se tornava cada vez mais próximo de seus ouvidos. A poucos metros de casa, ela tenta correr. Em vão. Seu perseguidor é mais rápido, conseguindo deixa-la encurralada e imobilizá-la. Jogada ao chão, os segundos parecem horas. Desde aquela noite, o rosto e o corpo de um desconhecido acompanham-na em todos os seus dias.
A história não é ficcional. Ela foi contada por G., estudante de pedagogia, estuprada no caminho cotidiano de volta da faculdade para seu apartamento. O caso de G. está longe de ser isolado, pois, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2013, o número total de estupros registrados no Brasil foi de 50.320, equivalente à média de seis a cada hora, um a cada dez minutos.
“A violência sexual é a mais cruel forma de violência depois do homicídio, porque é a apropriação do corpo da mulher – isto é, alguém está se apropriando e violentando o que de mais íntimo lhe pertence. Muitas vezes, a mulher que sofre esta violência tem vergonha, medo, tem profunda dificuldade de falar, denunciar, pedir ajuda”, explica Aparecida Gonçalves, secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
De fato, apesar de constante, a violência sexual se perpetua silenciosamente. De acordo com dados do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan), há estimativa de que, no Brasil, pelo menos 527 mil pessoas são estupradas por ano e que apenas 10% destes casos chegam ao conhecimento da polícia. Ainda segundo informações do Sinan, 89% das vítimas são mulheres e 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos e conhecidos da vítima.
Para a advogada Natália Trindade, existe um fator moral que impede as vítimas de notificarem a violência sofrida. “No Brasil, ainda há muito a ideia de que a mulher que foi vítima de violência sexual é a verdadeira culpada pela violência sofrida. Culpada porque estava andando sozinha, culpada porque estava usando roupa curta, culpada porque foi simpática, culpada porque é mulher. Mas existem também questões financeiras: muitas das mulheres vítimas de violência sexual são dependentes economicamente do seu violentador”, afirma.
A advogada problematiza também o atendimento às vítimas, que desfavorece a denúncia da violência. “Nesse ponto, nos deparamos com o machismo institucional: policiais que minimizam a violência sofrida, delegado que realiza o atendimento pré-julgando a vítima, a enorme burocracia para que ocorra o julgamento”, diz Natália.
O que diz a justiça
No código penal brasileiro, estupro é constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso, conforme definido no capítulo sobre os crimes contra a liberdade sexual do Código Penal, após a unificação dos tipos penais "atentado violento ao pudor" e "estupro", com a Lei nº 12.015, em 2009.
Em complemento, a Lei Maria da Penha ajuda a evidenciar formas de violência sexual que vão além do estupro. Em seu artigo 7, alínea III, a Lei Maria da Penha descreve a violência sexual cometida em contexto de violência doméstica e familiar como sendo: qualquer conduta que constranja a vítima a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade; que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.
Além disso, desde 2013, o atendimento obrigatório e imediato no Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas de violência sexual é garantido pela Lei nº 12.845, que estipula a obrigatoriedade do fornecimento da pílula do dia seguinte em todos os hospitais da rede pública, garante o direito a diagnóstico e tratamento de lesões no aparelho genital, o amparo médico, psicológico e social, a profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis, a realização de exame de HIV e o acesso a informações sobre seus direitos legais e sobre os serviços sanitários disponíveis na rede pública.
O Código Penal garante também o direito ao aborto às vítimas de violência sexual.
Para Natália Trindade, o Código Penal brasileiro passou a prezar pela autonomia das mulheres. “Desde 2009, a mulher não é mais vista pela justiça como um corpo sexualizado pertencente ao seu pai ou marido, e sim como um sujeito de direito que precisa ter seus direitos sexuais e reprodutivos garantidos”, afirma a advogada.
Além das Leis, em 2005 foi lançada a Norma Técnica: Atenção Humanizada ao Abortamento, pelo Ministério da Saúde, que retira a obrigação da vítima de estupro em apresentar um Boletim de Ocorrência (BO) para dispor do direito de atendimento na rede de saúde. O objetivo é dar atenção prioritária à saúde da vítima, antes de encaminhá-la a um órgão policial.
As consequências psicológicas
G. foi vítima de violência sexual aos 22 anos de idade. Ela morava sozinha no Rio de Janeiro, cidade para a qual se mudou para fazer faculdade, e, após a violência sofrida, teve que voltar para Resende, onde moram seus pais. A jovem foi diagnosticada com um quadro grave de depressão e passou a fazer terapia e a tomar medicamentos psiquiátricos regularmente. Hoje, três anos após o caso, G. voltou a estudar, mas nunca largou o tratamento médico e psicológico.
Segundo a psicóloga Thalita Neves, as vítimas são duplamente violentadas: física e psicologicamente. “As mulheres vítimas de violência sexual acabam vivenciando diversas formas de sofrimento, dentre elas, a violência psicológica, caracterizada pela transgressão do estado emocional da vítima envolvendo traumas e danos morais. Grande parte dessas mulheres passa por situações de ameaças, medo, danos emocionais e constrangimento. São mulheres submetidas à violência e ao receio de perderem a própria vida, o que comumente denominamos de “pressão psicológica”, explica Thalita.
A pesquisa “Violência sexual: estudo descritivo sobre as vítimas e o atendimento em um serviço universitário de referência no Estado de São Paulo” demonstra que, para além das consequências físicas imediatas (gravidez, infecções do aparelho reprodutivo e doenças sexualmente transmissíveis), as mulheres vítimas de violência sexual têm grande probabilidade de desenvolver distúrbios na esfera da sexualidade, apresentando maior vulnerabilidade para sintomas psiquiátricos, principalmente depressão, pânico, tentativa de suicídio, abuso e dependência de substâncias psicoativas.
No entanto, a violência sexual não afeta psicologicamente apenas as mulheres que já foram vítimas.
O medo de ser estuprada ou assediada é uma constante na vida das mulheres.
De acordo com a campanha “Chega de Fiu Fiu”, realizada em 2013 pelo site Think Olga, que ouviu 7.762 mulheres, 99,6% delas já foram assediadas em locais públicos; 81% das participantes já deixaram de fazer alguma coisa (ir a algum lugar, passar na frente de uma obra, sair a pé) com medo do assédio; e 90% delas já trocaram de roupa por medo de ser assediada.
Direitos em xeque
Aguarda deliberação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados um Projeto de Lei que afeta diretamente os direitos básicos já previstos em Lei para as mulheres vítimas de violência sexual: o PL 5069/2013.
De autoria do atual presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o projeto pretende tipificar como crime contra a vida o anúncio de meio abortivo, prevendo penas específicas para quem induz a gestante à prática de aborto.
Caso aprovado, o projeto deve alterar a definição de violência sexual, que passará a considerar apenas casos que resultam em danos físicos e psicológicos; o atendimento médico-hospitalar, uma vez que a vítima deverá, como primeiro passo, registrar queixa da violência sofrida, passar por um exame de corpo de delito e, só então, ser atendida em uma rede de saúde; o tratamento preventivo, pois o projeto dificulta o acesso à pílula do dia seguinte e a informações sobre direitos legais; e o aborto, um direito garantido às vítimas de violência sexual que deixará de existir.
“Esse PL representa um retrocesso aos direitos das mulheres. Ele submete a mulher ao machismo institucional. Infelizmente, temos na Câmara dos Deputados a tal bancada da "bíblia", formada por religiosos que querem preservar a "vida" a qualquer custo, ainda que este custo seja a vida da mulher. Esse PL é só mais um dentre muitos que compõem a obra dessa bancada que visa criminalizar de todas as formas a mulher e a sua saúde”, afirma a advogada Natália Trindade.
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Evento celebrará 6 anos do Coletivo Cultural de Arcoverde - COCAR
Neste sábado (10/out), o Coletivo Cultural de Arcoverde -
COCAR comemora seis anos de atuação. Este momento será
celebrado com dois lançamentos de obras de artistas da Região. O arcoverdense Kleber Araújo apresenta o CD Cinema Novo e o poeta de Sertânia, Josessandro Andrade, lança o seu livro de poesias Com Cheiro de Mar e Quixabeira.
O evento ocorrerá na Cachaçaria Riacho do Mel,
localizada na Praça da Bandeira, em Arcoverde, e terá início a partir das 17 h
com o lançamento do livro, onde haverá um recital apresentado por declamadores
de Sertânia e uma roda de conversa abordando a poesia no Sertão do Moxotó, esta
conduzida pelo Professor Edison Roberto.
Na sequência, vem a parte musical, onde Kleber, com
os convidados Assis Calixto (Coco Raízes de Arcoverde), Sílvia Regina, Leandro
e Lídio Vaz, farão a apresentação das músicas constantes do CD Cinema Novo e de
outros temas ligados à tradição musical do Sertão Nordestino. Intercalando
poesias nos intervalos musicais, farão declamações os artistas Edilza
Vasconcelos, Jane Sousa e Diosman Avelino, este da cidade de Pesqueira.
Josessandro Andrade é um dos editores do Jornal de
Poesia Cabeça de Rato, fundado em 1988, em sua terra Sertânia-PE, e que até
hoje divulga poetas dos Sertões do Moxotó e Pajeu Pernambucano e do Cariri
Paraibano. Publicou seus poemas durante muito tempo em jornais alternativos e
hoje tem seu trabalho destacado na internet no Site Portal Interpoetíca (Cida
Pedrosa e Sennor Ramos), e o blog literário Domingo com Poesia (Natanael Lima).
O Seu livro faz um passeio por diversos estilos e
tendências, desde o verso livre até a poesia clássica convencional, passando
por poemas de nítida influência popular, cordéis, até chegar a poesia concreta
e outras formas de vanguarda.
Kleber Araújo é militante do movimento cultural com
atuação principalmente nos segmentos de música e poesia. Cinema Novo é o seu
terceiro trabalho, onde reuniu compositores, poetas, músicos e declamadores da
cidade de Arcoverde (PE), num roteiro poético-musical que retrata as coisas de
sua Terra.
Este é o terceiro CD do artista, que em 2007 lançou
"Frevo, Amor e Confete", num registro especial pela passagem dos 100
Anos do Frevo. Quatro anos depois, em parceria com o saudoso Maestro Josias
Lima, realizou o CD "Dois no Frevo", o qual teve como canção de
trabalho "Frevo das Rosas", música classificada em terceiro lugar no
Concurso de Música Carnavalesca promovido pela Fundação de Cultura da Cidade do
Recife, em 2010.
O evento além de representar uma parceria
importante com a SAPECAS - Sociedade dos Poetas, Escritores e
Compositores de Sertânia, evidencia o compromisso do COCAR com a valorização
dos artistas locais e com a divulgação de seus trabalhos.
SERVIÇO:
Aniversário de 6 anos do Cocar com
o lançamento do CD Cinema Novo (Kleber Araújo) e do livro Com Cheiro de Mar e
Quixabeira (Josessandro Andrade). Dia 10 de outubro, sábado, a partir das 17h.
Cachaçaria Riacho do Mel, Praça da Bandeira, Arcoverde (PE). Evento apropriado para todas as idades e com entrada
franca. Informações (81)98854-0661/(87)99122-6596
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
SE ESTIVESSE VIVO O GRANDE POETA JOÃO PARAIBANO ESTARIA COMPLETANDO 63 ANOS HOJE
O artista RUBENS DO VALLE, filho do poeta JOÃO PARAIBANO lembrou com versos a data deste 07 de outubro, dia de aniversário do seu pai:
"Mesmo sem tua presença
Vou lhe parabenizar
Nos sessenta e três Janeiros
Que irias completar
Deixei de abraçar a carne
Mas não deixei de te amar."
"Mesmo sem tua presença
Vou lhe parabenizar
Nos sessenta e três Janeiros
Que irias completar
Deixei de abraçar a carne
Mas não deixei de te amar."
"Meu saudoso pai hoje dia 07 de Outubro estaria completando em vida 63 anos. Enquanto lembro do seu aniversário, me envolvo e trabalho cada vez mais por sua obra. Que Deus possa nos guiar sempre", escreveu em sua página da rede social.
O grande poeta nordestino JOÃO PEREIRA DA LUZ (João Paraibano) natural de Princesa Isabel-PB, morreu na manhã do dia 2 de setembro de 2014. Cognominado o ‘menestrel do Sertão’
faleceu em decorrência de complicações do atropelamento sofrido por uma moto quando atravessava uma rua no centro de Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, onde morou por vários anos.
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Versos do poeta João Paraibano, cantados de improviso em um Congresso de Violeiros, formando dupla com Sebastião Dias.
JÁ NASCI INSPIRADO NO PONTEIO
DOS BORDÕES DA VIOLA NORDESTINA
VENDO AS SERRAS BANHADAS DE NEBLINA
COM UMA LUA IMPRENSADA PELO MEIO
MÃE FAZENDO ORAÇÃO DE MÃO NO SEIO
E UMA REDE FERINDO UM ARMADOR
MINHA BOCA PAGÃ CHEIRANDO A FLOR
DESLIZANDO NO BICO DO SEU PEITO
OBRIGADO MEU DEUS POR TER ME FEITO
NORDESTINO, POETA E CANTADOR
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ME CRIEI COM CUSCUZ E LEITE QUENTE
JERIMUM DE FAZENDA E MELANCIA
COM SEIS ANOS DE IDADE EU JÁ SABIA
QUANTAS RIMAS SE USAVA NUM REPENTE
FUI NASCIDO NAS MÃOS DA ASSISTENTE
NA AUSENCIA DOS OLHOS DO DOUTOR
MAMÃE NUNCA FEZ SEXO SEM AMOR
PAPAI NUNCA ABRIU MÃO DO SEU DIREITO
OBRIGADO MEU DEUS POR TER ME FEITO
NORDESTINO, POETA E CANTADOR
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FIZ FAROFA DE PÃO DE MUCUNÃ
ME INSPIREI COM O VELHINHO DO ROÇADO
O SERTÃO É O PALCO ESVERDEADO
QUE EU ENSAIO AS CANÇÕES DO AMANHÃ
MINHA ARTISTA DA SECA É ACAUÃ
NO INVERNO O CARÃO É MEU CANTOR
UM IMBU ESPREMIDO É MEU LICOR
UM JUÁ EU NÃO DOU POR UM CONFEITO
OBRIGADO MEU DEUS POR TER ME FEITO
NORDESTINO, POETA E CANTADOR
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MINHA VIDA DO CAMPO FOI LIBERTO
MERENDANDO CAFÉ COM MILHO ASSADO
VENDO A LUA NAS BRECHAS DO TELHADO
E O VENTO EMPURRANDO A PORTA ABERTA
UM JUMENTO ME DANDO A HORA CERTA
JÁ O GALO ERA MEU DESPERTADOR
MEU MINGAU FOI PIRÃO DE CORREDOR
EU CRESCI FORTE E GORDO DESSE JEITO
OBRIGADO MEU DEUS POR TER ME FEITO
NORDESTINO, POETA E CANTADOR
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