quinta-feira, 19 de maio de 2011

O VIOLEIRO



Composição : Elomar Figueira de Mello 
Voz e violão: Elomar 

Álbum: Parcelada Malunga (Elomar e Arthur Moreira Lima) 
Participações: Zé Gomes / Xangai / Heraldo do Monte 

Vou cantá num canto di primero 
as coisa lá da mia mudernage 
qui mi fizero errante violêro 
Eu falo sério e num é vadiage 
E pra você qui agora está mi ovino 
Juro inté pelo Santo Minino 
Vige Maria qui ôve o queu digo 
Si fô mintira mi manda um castigo 

Apóis pro cantadô i violêro 
Só há treis coisa nesse mundo vão 
Amô, furria, viola, nunca dinhero 
Viola, furria, amô, dinhero não 

Cantadô di trovas i martelo 
Di gabinete, lijêra i moirão 
Ai cantadô já curri o mundo intero 
Já inté cantei nas portas di um castelo 
Dum rei qui si chamava di Juão 
Pode acriditá meu companhero 
Dispois di tê cantado o dia intero 
O rei mi disse fica, eu disse não 

Apóis pro cantadô i violêro 
Só há treis coisa nesse mundo vão 
Amô, furria, viola, nunca dinhero 
Viola, furria, amô, dinhero não 

Si eu tivé di vivê obrigado 
um dia i antes dêsse dia eu morro 
Deus feiz os homi e os bicho tudo fôrro 
já vi iscrito no livro sagrado 
qui a vida nessa terra é uma passage 
Cada um leva um fardo pesado 
é um insinamento qui des na mudernage 
eu trago bem dentro do coração guardado 

Apóis pro cantadô i violêro 
Só há treis coisa nesse mundo vão 
Amô, furria, viola, nunca dinhero 
Viola, furria, amô, dinhero não 

Tive muita dô di num tê nada 
pensano qui êsse mundo é tudo tê 
mais só dispois di pená pela istrada 
beleza na pobreza é qui vim vê 
vim vê na procissão do Louvado-seja 
I o assombro das casa abandonada 
côro di cego nas porta das igreja 
I o êrmo da solidão das istrada 

Apóis pro cantadô i violêro 
Só há treis coisa nesse mundo vão 
Amô, furria, viola, nunca dinhero 
Viola, furria, amô, dinhero não 

Pispiano tudo do cumêço 
eu vô mostrá como faiz um pachola 
qui inforca o pescoço da viola 
E revira toda moda pelo avêsso 
i sem arrepará si é noite ou dia 
vai longe cantá o bem da furria 
sem um tostão na cuia u cantadô 
canta inté morrê o bem do amô. 

Apóis pro cantadô i violêro 
Só há treis coisa nesse mundo vão 
Amô, furria, viola, nunca dinhero 
Viola, furria, amô, dinhero não 
Viola, furria, amô, dinhero não... 
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