Arte: Bajado
Frevo de palco - Luiz Guimarães Gomes de Sá
Neste 9 de fevereiro, o frevo tem seu aniversário mais uma vez comemorado. Nas suas modalidades ele é um velho centenário, mas também um jovem revolucionário. Como nos gêneros bloco e canção há intérpretes vocais, onde temos a participação do povo. Já no de rua, a própria orquestra é a intérprete e bem que poderia ser o foco das atenções por esse gênero ser meramente instrumental.
Contudo, quando o frevo de rua é executado, regra geral, o povo dança ou os passistas assumem a cena no palco e a orquestra não aparece com sua exuberância. Há décadas, Felinho inovou em Vassourinhas dando-lhe um brilho todo especial, aliás, a beleza desse frevo está nos improvisos e, salvo engano, somente Vassourinha tem essa inovação. Se algum outro existe dessa forma, é caso isolado.
A Spokfrevo Orquestra estendeu esse horizonte e fez os músicos saírem do anonimato para torná-los elementos principais em cima de um palco enriquecendo o frevo com improvisos. Resgatou assim, aquilo que Felinho fez há tanto tempo e ainda hoje é enaltecido.
Assistir ao desempenho da orquestra é como degustar um bom vinho, onde cada gole corresponde aos compassos céleres que evidenciam a qualidade dos músicos. Isso é o que podemos chamar de frevo de palco, segundo Zé da Flauta.
Dentre as dezenas de apresentações que a SpokFrevo Orquestra já realizou no exterior, um dos destaques foi no North Sea Jazz, maior festival do gênero da Europa, que acontece anualmente em Rotterdam (Holanda), onde em 2010 a orquestra abriu o show de Stevie Wonder e foi aplaudida de pé por mais de quinze mil pessoas. Participaram ainda do encontro: Toninho Ferragutti, Nonato Luiz, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Romero Lubambo, Chick Corea, Herbie Hankoc, Ornette Coleman, Dee Dee Bridgewater, Al Green, entre outros.
Vale ressaltar que todos assistiram ao espetáculo sem fazer o passo, atentos e em silêncio com seus olhares fixos de perplexidade pelo desempenho da orquestra, intervindo somente para os aplausos merecidos e entusiasmados.
Assim, em qualquer estilo o frevo invade a nossa mente, é absorvido pelo nosso corpo e caminha sempre para o abrigo único e seguro: o coração do povo!
Arte: Lula Cardoso Ayres
Rinaldo Almeida
A todos os amigos:
Amantes da cultura pernambucana, os que ainda não aprenderam a ser amantes ( quem sabe por não conhecê-la), os que ainda não a conhecem pois estão mais distantes.
Dia 09 DE FEVEREIRO É O DIA DO FREVO.
Frevo, expressão maior que nascia no meio das camadas sociais menos favorecidas: o proletariado.
Negros escravos, cidadão pobre de uma forma geral, etc.
Em meados so seculo XIX ate o final, as bandas de musicas em seus passeios pelas ruas do Recife, executavam seus dobrados, maxixes, polcas etc., ritmos tão em voga na época.
E os negros escravos, as vezes, fugidios, dançavam com suas gingas, molejos, malandragem, à frente dessas bandas de musicas.
Daí estava marcando O NASCIMENTO DE UM RITMO GENUINAMENTE PERNAMBUCANO, em que a musica e a dança se entrelaçavam, sem saber que estavam alicerçando um novo ritmo
E o frevo foi ganhando as ruas.
As primeiras agremiações foram surgindo, as Pás de Carvão, depois Pás Douradas, o Vassourinhas, os Lenhadores, os Toureiros, agremiações ligadas as organizações operárias. Pás de Carvão, carvoeiros; Vassourinhas, os varredores das ruas; Lenhadores, cortadores de lenhas e por ai vai.
No inicio do seculo XX , o frevo começava a ganhar outros segmentos sociais, e depois foi para os salões dos clubes
A classe media começou a adotá-lo
Mas apenas os homens brincavam nas ruas
Quando finalmente no início da década de 20, século XX, com influencia das jornadas dos pastoris, dos saraus, surgem os blocos do Recife, com penetração na classe media, trazendo o elemento feminino para as ruas, com organizações familiares, onde os rapazes tocavam nas orquestras e as moças formavam o coral.
Daí na década de 30, o frevo recebe uma classificação de:
Frevo de rua: frevo totalmente orquestrado com metais
Frevo canção: frevo cantado e com variações de orquestras
Frevo de bloco: este com suas origens nas jornadas de pastoris, saraus. Composto de um coral feminino e onde os homens participavam fazendo cordões.
Suas letras evocavam sentimentos, emoções, saudades, amores, etc..
Teve grande penetração na classe média, e muitos foram os blocos que saíram as ruas na década de 1920 e 1930, citando alguns deles: Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos de Tejipió, Camponeses, Apois Fum, Um dia Só, Flor da Magnólia etc. etc.
Esta síntese nos leva a este grande fato e momento da historia social do Recife, que tem ligação com seu carnaval, festa que nos seus primórdios, teve o entrudo com uma das suas grandes brincadeiras, sem nos esquecermos da Comedia Del Arte Italiana, com seus Pierrôts, Colombinas e Arlequins.
Por tudo isso, queremos homenagear este autentico ritmo que nasceu nas ruas históricas do Recife e que Hoje é PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO.
SALVE O FREVO IMORTAL!
IMORTAL!
SALVE O DIA 09 DE FEVEREIRO, DIA DO BATISMO DO FREVO
UM GRANDE ABRAÇO A TODOS VOCES
E VAMOS FESTEJAR e DANÇAR
E ENVIO ANEXO TRES MUSICAS QUE REPRESENTAM OS TIPOS DE FREVO, SEJA, FREVO DE RUA, FREVO DE BLOCO E FREVO CANÇAO
CURTAM E DANÇEM.
PARA OS QUE ESTAO LONGE POUCO IMPORTA, FESTEJE TAMBEM A SUA MANEIRA, CONHECENDO ESTA GRANDE RIQUEZA BRASILEIRA
ABRAÇOS FREVOLENTOS PARA TODOS VOCES,
Por uma Cultura de Paz e Solidariedade!
[ textos recebidos por e-mail da ONG Cultural PASSOS DO CARNAVAL]